terça-feira, 20 de novembro de 2007

Seria epidemia?

Dia da Consciência Negra. Impossível esquecer isso. A mídia não deixa.
Para você ser 'politicamente correto', você precisa saber que hoje é Dia da Consciência Negra.
Como se para se ter consciência de alguma coisa, precisasse um 'dia'.
Consciência, ou se tem todos os dias, ou não se tem.
Politicamente correto, é ter consciência disso ou daquilo.
Mas não vejo ninguém falar que seria bom - eu diria até que seria excelente - acabar com certas coisas que assolam o país. Sim, eu sei, em qualquer discussão a gente vira, mexe, e volta àquela palavrinha básica, fundamental mesmo: educação.
Mas não é só de informação nem só de educação formal, acadêmica, que quero falar.
Quero falar de formação, de palmada na bunda, de estrutura familiar.
Parece que instalou-se a apologia à ignorância, à falta de educação, à grosseria, à ausência de limites, ao vale-tudo.
Vale um filósofo destratar uma senhora, vale mudar tudo numa festa para evitar o comparecimento de alguém (quando, vamos combinar, seria muito mais fácil e honesto não convidar, ou estou errada?), vale discriminar os cultos porque ser 'um coitadinho-discriminado-sem-cultura-e-pobrezinho' é que é 'in', vale elogiar a ignorância e exaltar o 'nordestino-retirante-que-foi-sem-nunca-ter-sido-um-coitadinho' e está mais pra sindicalista esperto e oportunista, vale dar bolsa-esmola e trancar bem trancada a porta de saída, vale roubar, vale corromper, vale ficar em cima de um muro posando de bonzinho, vale ser morno, vale ser cretino.
Mas vale também ser contra isso tudo que eu citei. E eu sou.
Politicamente incorreta? Ahã. Então tá.