quarta-feira, 9 de julho de 2008

A João Roberto, o Homem Aranha

João Roberto foi EXECUTADO.

Sim, senhores, vamos dar os nomes certos às coisas: executado. Quando uma mãe encosta seu carro, liga o pisca-alerta para dar passagem à polícia, joga uma bolsa de bebê e segundos depois vê seu filho baleado e seu carro transformado em peneira, o nome certo é EXECUÇÃO.

Dias antes, como que pressentindo o que ia acontecer, o Governador do Rio de Janeiro alertou o Comandante da PM: "- Coronel Pitta, os casos de violência envolvendo policiais militares vão acabar jogando a população contra nós" - afirmou Cabral ao comandante-geral da PM. William, Ramón e Daniel Duque tinham acabado de acabado de morrer, os três, vítimas de ações de PMs. Certo seria o governador dizer ao Comandante: "Parem!" Governador não é eleito e PAGO para "alertar". É eleito e PAGO para decidir, dar ordens, chamar para si as responsabilidades. Isso, claro, se não passar mais tempo fora de seu estado, viajando pelo mundo, do que fazendo o que é PAGO para fazer.

Mas os "poderes" – sim, TODOS os "poderes" – EXECUTARAM João Roberto.

Ainda não tive notícia de que alguma organização de "Direitos Humanos" tenha ido visitar e apoiar os pais. Onde estão elas? João Roberto não era "humano"? Talvez os defensores dos direitos humanos estejam confusos. Eu ajudo a esclarecer: a fantasia de Homem Aranha foi apenas uma fantasia de criança, senhores. O menino era humano, sim. Não era um super-herói e tampouco um OVNI.

Ainda não se ouviu falar de indenização. Os esquerdistas, sim, esses têm direito a indenizações milionárias. Ziraldo e Jaguar acabaram de manchar suas biografias aceitando a condição de "perseguidos políticos indenizados". Fora eles, muitos, muitos outros passarão o resto de suas vidas vivendo nababescamente às custas de indenizações. O presidente da república tem pensão de "perseguido político", por ter passado alguns dias preso. Preso e muito bem tratado. Não se tem notícia que Lula tenha levado um peteleco sequer. Considerando-se as proporções, quanto mereceriam os pais de João Roberto?

É óbvio que nada disso lhes diminuiria a dor, isso não lhes traria o filho EXECUTADO de volta. Mas eles são tão cidadãos quanto os "perseguidos políticos". Ou não? Ou serão eles, trabalhadores e cumpridores de seus deveres, cidadãos de segunda (ou seria quinta?) classe?

Há dinheiro para encher cuecas, há dinheiro para dossiês, há dinheiro para a corrupção, há dinheiro para mensalões, há dinheiro para um guia de zoológico virar empresário de sucesso da noite para o dia, há dinheiro para as bolsas assistencialistas, há dinheiro para toda espécie de roubalheira. Mas não há dinheiro para cuidar de quem lhes paga os salários: o cidadão. TREINAR A POLÍCIA, SAÚDE, EDUCAÇÃO? Pra quê? Quanto mais ignorantes estiverem os cidadãos, mais fácil será manipulá-los.

Quero poder ter certeza de que meus filhos e neto saem e voltam sem encontrar no caminho um bando de desequilibrados armados – comandados por um governador viajante e midiático - fardados e autorizados a matar.

No PAN, prometeram mundos e fundos. Os inquilinos do Planalto e do palácio Guanabara usaram e abusaram de seus discursos baratos e populistas. Gastaram horrores de dinheiro. Depois, a segurança da cidade "teria progressos" com o que foi gasto no PAN. Onde? Quando? Cadê?

João Roberto foi EXECUTADO.

Seus pais têm uma dor imensurável para carregar para o resto de suas vidas. Eles têm uma vida a reconstruir e cacos a juntar. Eles têm um outro filho, ainda bebê, para preservar. Eles têm uma saudade imensa que não passa.

A cidade que se pretende "maravilhosa" – e não me venham com jurumelas porque SOU CARIOCA e amo aquela cidade -, há tempos está na UTI.
E o que vemos? A cegueira inútil de um povo que, entorpecido, vive de belezas naturais e da ilusão de que "o Rio de Janeiro continua lindo". Mas de que adianta ser lindo? O cidadão não pode andar nas ruas!

O Rio de Janeiro não "continua" lindo. O Rio de Janeiro É lindo e sempre será, a menos que algum desses loucos inquilinos dos palácios – quem duvida? - mande destruir as obras divinas.

Cariocas, uni-vos! Parem, pelo amor de Deus e dos sobreviventes, com as passeatas de camisetinhas brancas pela orla nos domingos de sol. A hora é de ação.

Chamem os que estão nos prédios, usem megafones, gritem, usem panelas, PAREM A CIDADE!!!!!!!!

Vão passando por delegacias, batalhões, assembléia, até chegarem aos jardins do palácio. EXIJAM.

Digam a esses canalhas que o Rio de Janeiro ainda tem um povo.