segunda-feira, 12 de outubro de 2009

60 dias sem cigarros!

Parece pouco, mas não é. São 3.600 cigarros a menos.

Fumei por exatos 40 anos: dos 15 aos 55. Passei por todos os tratamentos disponíveis tentando parar de fumar: laser, acupuntura, ioga, gomas de mascar, balinhas... Sucesso zero. Dependência pura e genuína.
Desde que os males causados pelo cigarro à qualidade de vida dos fumantes começaram a ser apontados, minha vontade de conseguir parar de fumar só aumentava.
Por uma dessas coincidências incríveis da vida, fui cair nas mãos da Dra. Jaqueline Issa, do InCor para um Tratamento Antitabagismo. OK, eu pensei, mais um.
Fui avisada de que "A Dra. Jaqueline não é fácil! Ela é muito brava!"
Encontrei uma médica atenciosa, simpaticíssima, humana, competente, que dá doces broncas e fortes chamadas.
Firme e convicta do que diz, aborda e orienta cada detalhe do tratamento e trata o fumante como o que ele realmente é: dependente. Forte a palavra, não acham?
Uma das coisas que sempre me incomodou muito é que, na maioria dos casos, os fumantes eram tratados como "pecadores", menosprezados e vistos com um certo desdém. Ouvi muitas vezes coisas do tipo "Nossa, como você não consegue parar de fumar? Não pára porque não quer!" Ou o famoso “Não conseguiu? Que vergonha!”, ou ainda “De novo? Você não vai conseguir!”.
Até pouco tempo atrás, quando alguém procurava tratamento para parar de fumar, a primeira preocupação era saber como estava naquele momento a vida do fumante. Acreditava-se que se a pessoa estivesse numa fase boa, tranqüila, tudo ficaria mais fácil. Talvez eu esteja atravessando um dos momentos mais difíceis da vida e, como se não bastasse, abandonando o cigarro. Poucos dias depois de deixar de fumar, aconteceu de tudo um pouco.
Mas hoje já dispomos de remédios diversos, cada um adequado a um nível de dependência. O tratamento é multidisciplinar. Envolve o médico, psicólogos, nutricionistas e, acima de tudo, a vontade do fumante.
Está sendo fácil? Não! Claro que não! De-pen-den-te. Forte? Sim, mas é isso mesmo. Dependência química. Você vira dependente de uma porcaria química qualquer e seu sistema nervoso simplesmente se rende a ela.
O remédio diminui a dependência química, a competência da equipe lhe estende a mão e, de repente, não mais que de repente, você perde o tesão pelo cigarro!
60 dias sem cigarros, queridos, é coisa inédita na minha vida!
Cheers!


PS: A minha médica é essa do post anterior, Dra. Jaqueline Issa. Eu sou uma criatura de sorte, não acham?