terça-feira, 11 de março de 2008

Dia da Mulher. Quem me representa?

Depois de muitos dias sem tempo para vir até aqui, não consegui resistir.
O dever me chama. Os dias estão pequenos para tanto trabalho, mas não posso me calar.
Na TV Senado, a sessão especial destinada à comemoração do Dia Internacional da Mulher e da 8a. edição do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz.
Quase (eu disse "quase") concluo que não sou mulher, não sou brasileira e tampouco cidadã.
Será porque trabalho, pago meus impostos, não vivo de benesses, não assaltei bancos, não sequestrei ninguém? Será porque sou, sim, uma mulher estudou, lutou, criou três filhos e ainda TRABALHA para sobreviver? Deve ser... Mulheres como eu não merecem ser representadas numa homenagem como aquela. Não há lugar para nós ali.
É uma homenagem vermelha, uma coisa nojenta. Só há homenageadas e só estão representadas as mulheres que pendem para o esquerdismo carcomido e ridículo.
Não, não fui esquerdista na juventude e não o seria agora.
Elas estão, pelo menos, quatro décadas atrasadas. Estão voltando de Woodstock a pé.
E nós? E as mulheres que passaram uma vida cumprindo seus deveres de cidadãs, de mães, de cristãs, de brasileiras? Quem nos representa?

Talvez seja hora de começarmos a gritar bem alto que existimos e que exigimos respeito igual.
Talvez seja hora de dizermos - dando os nomes certos às coisas e pessoas - os motivos pelos quais as "perseguidas pelo regime militar" foram perseguidas.

Eu não fui perseguida, não fui presa, não fui torturada. Por um motivo muito, muito simples: eu não dei motivos para que alguém ousasse me perseguir. Fui cidadã, cumpri as leis vigentes (concordasse com elas ou não), cumpri com meus deveres de mulher brasileira.

Desculpem-me, srs. senadores, mas o que temos visto é que cada vez que uma dessas "coitadinhas" chega ao poder só faz envergonhar as outras mulheres.
Mensalão, cartões corporativos, benesses, absurdos, atitudes inimagináveis para quem pretende inspirar a piedade que elas pretendem.

Não, não e não. Não fui, não sou, e jamais serei uma vermelhinha. Não sou nojenta, não quero benesses, não quero favores, não uso dinheiro público em meu benefício, gosto do que é bom - comprado com o produto do meu trabalho, diga-se -, cuido de minha aparência, estudei, sou o que elas chamam de "elite branca".

Quem me representa nessas comemorações?